19 November 2007

Desprendimento...

Está aí uma palavra difícil de se definir e a ação de se realizar. Tanto em casa como no trabalho e na turma de amigos, estamos sempre nos prendendo à realizações, conversas, objetos e pessoas.. sim, pessoas também.
Mas o meu desprendimento neste feriadão foram com objetos mesmo. Eu, sozinha, de livre e espontânea vontade, resolvi lavar e doar meu bichinhos de pelúcia. Não todos por que eu não tive tanto desprendimento assim, afinal eu guardo, à 26 anos, o meu primeiro urso que ganhei quando era bebê de colo. Também mantive um cãozinho dorminhoco, um pato amarelo, meus pandas, meu pikachu, um elefante branco (todos eles de tamanhos médios) mas teve um hipopótamo cor-de-rosa pequeno que eu simplesmente não consegui me desfazer. Nem lembro como ou de quem ganhei, mas este era um dos poucos que sempre voltavam à minha mente quando olhava a caixa em cima do armário. Guardei-o-o.
Na hora de lavar foi tudo bem, p/ olhar na caixa também, p/ secar... tudo indo às mil maravilhas. Mas ontem à tarde... quando fui separar o que ficava e o que ia... aí sim foi complicado pois cada um tem sua história, seu contexto. Fora que eles formavam uma coleção, não eram apenas enfeites. Em muitos casos não pude pensar, coloquei-os dentro da caixa p/ levar p/ a campanha Natal feliz (a da igreja católica). Junto com eles vão os meu brinquedos do Mc Donald's - que também eram uma coleção.

O que me fez decidir isso foi os tantos anos que eles estão parados no meu armário ao invéz de alegrar uma criança. Acho que brinquedo foi feito p/ isso e se eu os deixasse lá iriam acabar morrendo. Brinquedo também tem vida.
Minha irmã levou um pouco p/ doar na igreja que ela frequenta, na campanha Natal Feliz e o restante meu pai vai levar p/ uma creche de uma outra igreja que minha mãe vai de vez enquando.

Só desejo que cada um destes brinquedos levem às crianças um pouquinho da alegria que eu sentia brincando com eles.

13 November 2007

Baboseira do dia...

Hoje fui ao banheiro e como é de praxe, após feitas as necessidades, fui lavar as mãos. Porém, quando fui colocar o sabonete líquido na mão, estava tão aérea que só percebi que era o bom ar quando espirrei ele na mão..

O tubo estava ao lado do sabonete e eu nem me toquei que um se aperta p/ baixo e o outro eu virei como se fosse servir chantili!

O cheiro está até agora!! Aroma Lavanda:


Muito bom. =P

12 November 2007

Um Monstro...

Foi assim que me senti nesta última noite.

Ontem à tarde apareceu um filhote de gato no meu quintal. Ela estava miando bastante e estava chovendo muito. Quando vi fiquei com dó e coloquei comida. Ele comeu e parou de miar, foi dormir nas escadas do quartinho que temos no fundo.

Quando meus pais chegaram, contei p/ minha mãe mas não p/ o meu pai.. ele não curte gato, e até hoje não sei o que deu nele p/ não apenas aceitar a minha filha, mas me levar na casa do amigo dele p/ escolher... Bom, deixei o gato lá fora o restante do dia.. não tive coragem de enxotá-lo na chuva.

Quando chegou a noite, fomos dormir e uns outros gatos apareceram na nossa garagem e começaram a miar.. ouvi até briga. Comecei a pensar que meu pai iria acordar, que iria brigar comigo.. essas coisas de criança. Me senti com 5 anos de novo. Depois comecei a pensar que não poderia colocar o gatinho p/ dentro de casa pois ele poderia transmitir alguma doeça p/ a minha filha, que eu teria que trabalhar no dia seguinte e não poderia esperar o vetrinário abrir p/ levá-lo p/ dar as vacinas e remédios. Várias coisas passaram pela minha cabeça e eu me preenchi de razão: NÃO PODERIA FICAR COM O GATO.

Sendo assim, me vesti de novo e saí no quintal. O gatinho veio nos meus pés fazer carinho. Peguei ele no colo e saí portão a fora, procurar algum lugar p/ largá-lo. Pensei na veterinária, mas poderia ter alarme. Então no caminho tinha uma casa que está vazia a bastante tempo e larguei o bichinho lá. Ele estava tremendo e ronronando no meu colo. Estava quentinho e eu larguei na noite fria, abandonado à própria sorte. Voltei correndo p/ que ele não me seguisse. Nem liguei p/ uns rapazes que passaram pela rua onde moro. Se viessem mexer comigo, eu merecia o castigo. Mas nada aconteceu. Eu apenas voltei p/ casa e fui dormir chorando.

Hoje de manhã, quando voltei da aula de inglês passei pelo lugar onde havia deixado o gatinho. Talvez p/ me torturar mais se o visse morto. Mas não vi nada. Quando fui seguir p/ casa novamente, o vizinho em frente ao lugar foi abrir o portão e ouvi os mios do gatinho vindo de lá. Saí correndo.. corri da minha covardia, da minha vergonha, da minha imcapacidade de fazer o que achava certo. Vim trabalhar chorando novamente por que mais uma vez, eu fugi.

Quando pensamos que estamos melhorando, evoluindo, tentando sempre fazer o que é certo, tentando contribuir p/ um mundo melhor, acontece um caso desses e nos joga na cara como somos covardes, incapaz de pedir p/ o próprio pai p/ dar abrigo à uma vida indefeza que veio pedir ajuda. E o pior é que tive uma segunda chance e mesmo assim eu fugi. Estou me sentindo um lixo com 300 toneladas na conciência pesando com muito remorso...

Há quem diga que é besteira sentir isso por causa de um gato, mas a verdade é que o gato foi só o "objeto indireto". Eu que mostrei p/ mim mesmo o quanto sou igual ou pior que as outras pessoas. Apenas me livrei do problema, como todos fazem e falam.

Que droga!

07 November 2007

Alta da terapia..
Ontem eu recebi alta da terapia. Depois de 3 anos e 8 meses de tratamento, de muitos momentos bons e muitas auto-descobertas, eu tive alta.

Fiquei triste por que vou sentir falta da minha dra. Por mais que eu saiba que ela está lá e sempre que eu precisar, posso marcar e ir.... é claro que não vou. Afinal, ela me deu alta p/ isso, p/ não haver dependência.

Posso falar com muito carinho que ela mudou minha vida, a minha vontade de vivê-la. E, apesar de ter mudado completamente a minha auto-estima, de eu ter aprendido a confiar mais em mim, sempre fica uma pequena sensação de insegurança. Algo como quando se aprende a andar de bicicleta. Vc está pedalando e as rodinhas não estão mais encostando no chão, vc já tem equilibrio p/ ir sozinha, mas a hora que elas são retiradas, vc acaba virando o guidão meio errado e tendo que por o pé no chão p/ não cair. E é exatamente esta diferença. Vc aprende que p/ não cair, basta encostar o pé no chão. Simples assim.

Foi ótimo enquanto durou, mas sempre chega a hora de andar p/ frente. Agora cabe a mim honrar o que aprendi com ela.
=)