05 September 2007

Intermitências da Morte

Recentemente acabei de ler o livro do José Saramago - As Intermitências da Morte. A personagem principal desse livro é a própria morte, detalhe que só se percebe na metade do livro. Fazendo uma prévia da história: Tudo se passa num país que, depois da virada do ano, ninguém mais morre.

Desse meio discorrem todos os problemas sociais e morais que seriam ocasionados pela ausência da morte, o caos nos hospitais, nas casas de repousos, no serviço funerários e no seio da família, que teriam de cuidar dos seus enfermos p/ todo o sempre. Tudo isso foi uma revolta da figura morte referente a antipatia que nós, serer humanos, sentimos dela. Ninguém a quer por perto, sempre a chamam de assassina, desalmada, que chega sem aviso, que deixamos muitas coisas por fazer e etc... A morte resolveu então dar uma trégua p/ as pessoas, decidiu enviar uma carta - na cor violeta - avisando as pessoas que seu falecimento seria dali a uma semana, irrevogavelmente e inadiavelmente. Sem choro e nem vela. Esse prazo seria p/ que as pessoas pudessem resolver seus assuntos pendentes, dívidas e problemas afins. Óbvio que ninguém fazia isso.

Mas foi esse ponto que tenho pensando muito nesses últimos tempos: o que eu faria se recebesse essa carta?
Já pensei que iria tentar visitar meus amigos, talvez faltasse um dia no trabalho p/ levar meus sobrinos no playland no shopping. Mandaria e-mails p/ os meus parentes distantes.. isso sem contar um jantar especial com a minha família. - nem vou falar nada sobre namorado, pois isso é muito intimo e pessoal :P

Foi então que percebi que já faço a maioria das coisas. Fico muito com a minha família, curto os meus sobrinhos, tento sempre ver os amigos, de tempos em tempos envio e-mails p/ os parentes distantes... só não falto no trabalho. Apesar de não fazer tudo isso com mais frequência, não me sinto tão em falta com ninguém. E não há nenhuma pessoa que eu tenha brigado a ponto de ficar sem falar.

Sendo assim, achei que a melhor coisa que eu poderia fazer é dar uma festança - a maior que pudesse - com o máximo de pessoas que gosto e que pudessem vir. Tipo uma grande despedida.

E vc? O que faria se recebesse a carta violeta?
beijos

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